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O grande universo de pequenos detalhes

Na Fórmula 1, a vitória vai muito além do piloto: está no ajuste aerodinâmico do carro, no reconhecimento da pista, na escolha do pneu. No estudo para concursos, a lógica não é diferente.

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Por Lúcia Aslan

Servidora Pública e mentora para concursos

13 de novembro de 20258 min de leitura
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Na Fórmula 1, a vitória vai muito além do piloto: está no ajuste aerodinâmico do carro, no reconhecimento da pista, na escolha do pneu.

Nadadores de alta performance depilam o corpo inteiro para diminuir o atrito com a água, porque centésimos de segundo fazem diferença.

No estudo para concursos, a lógica não é diferente. Conhecimento técnico é indispensável, mas não suficiente.

Além do conteúdo

Tem gente que estuda por anos. Decora os artigos, acumula a teoria, mas mesmo assim não passa. E o motivo quase sempre está além do conteúdo.

Preparar-se para concursos é também montar uma estratégia: conhecer o estilo da banca, entender o peso de cada matéria, definir a ordem de resolução da prova, calcular o tempo para cada questão.

Tudo isso pode parecer acessório, mas é parte do estudo tanto quanto o conteúdo.

Se o piloto não souber a hora certa de trocar o pneu, pode perder o pódio. No concurso, o candidato mais bem preparado pode ser reprovado por se perder no tempo na hora da prova.

Estratégia de adaptação

No meu último concurso, esperava uma prova da banca FGV, de múltipla escolha. Toda a minha preparação estava direcionada para isso.

Mas em um daqueles plot twists que quem está no mundo dos concursos conhece bem, o Tribunal fechou o contrato com a Cebraspe, e a prova veio no estilo certo ou errado (sim, e uma errada anula uma certa).

Parece um detalhe, mas muda tudo: o tipo de raciocínio, o tempo por questão, até a forma de revisar. No primeiro simulado com esse estilo de prova, eu estaria reprovada. Então mudei de estratégia, reestruturei o estudo, e essa mudança me levou ao quarto lugar no resultado final.

Treino é treino, jogo é jogo

A corrida começa muito antes da largada. Nos boxes, engenheiros e pilotos discutem cenários, simulam erros, antecipam riscos. Contar com a habilidade de improviso é jogar com a sorte.

No estudo, essa etapa é o planejamento. É quando você define o método, os materiais de base, os blocos de tempo por matéria, as prioridades, o momento de revisar. O concurseiro de alta performance faz análise de desempenho para focar no que mais importa e corrigir seus próprios erros. Pouco improviso, muito controle.

Estudar não é só abrir o livro. Quem passa sabe que boa parte do estudo acontece além: pensando no plano, testando, reajustando, entendendo como a prova funciona.

0,03s ou uma questão

O nadador raspa cada pelo do corpo antes da prova. Parece insignificante, mas ele sabe que três centésimos de segundo podem separar o ouro do quarto lugar.

O concurseiro monta um caderno de erros funcional, utiliza recursos visuais de memorização, simula o tempo de prova quando treina. Uma estratégia inteligente pode ser a diferença entre entrar ou ficar abaixo da nota de corte.

A alta performance mora no enorme universo de pequenos detalhes. Método vence talento. Estratégia vence tempo.

Próximo Lançamento

As estratégias para dominar os "detalhes invisíveis" estarão no meu próximo lançamento com a Lawletter, em novembro.

Acompanhe em @estudocomlucia

Lúcia Aslan

Lúcia Aslan

Servidora Pública e mentora para concursos

Aprovada em 6 concursos públicos, atualmente é servidora pública federal no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Em 2024, optou por uma preparação estratégica e bem direcionada: fez apenas duas provas, de tribunais federais, e foi aprovada em ambas, alcançando o 4º lugar em uma delas. Sua trajetória foi marcada por um percentual elevado de aprovações, resultado do foco na efetividade durante os estudos.

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