CCJ aprova restrição ao uso de grandes quantias em dinheiro
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26/11), o substitutivo ao Projeto de Lei 3.951/2019, que cria limites e regras para pagamentos e transações em dinheiro no Brasil.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26/11), o substitutivo ao Projeto de Lei 3.951/2019, que cria limites e regras para pagamentos e transações em dinheiro no Brasil. A proposta altera a Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/1998) e tem como objetivo reforçar mecanismos de prevenção e combate a ilícitos financeiros, corrupção e operações de difícil rastreamento.
O texto aprovado determina que o Conselho Monetário Nacional (CMN), ouvido o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), passe a definir os valores máximos permitidos para pagamentos, transferências e outras transações realizadas em espécie. A competência atribuída ao CMN permite que os limites sejam ajustados conforme critérios técnicos e alterações no cenário econômico, evitando que o Congresso precise legislar sempre que for necessário atualizar os valores.
Principais Pontos da Proposta
Competência do CMN: Conselho Monetário Nacional definirá valores máximos para transações em espécie
Participação do Coaf: Conselho de Controle de Atividades Financeiras será ouvido nas definições
Flexibilidade técnica: Limites poderão ser ajustados conforme cenário econômico
Transações imobiliárias: Mantida vedação ao uso de dinheiro em espécie
Abrangência: Inclui cheques e boletos em grandes quantias
Transações Imobiliárias e Outras Modalidades
Entre os pontos centrais da proposta está a manutenção da vedação ao uso de dinheiro em espécie em transações imobiliárias, considerada uma das operações mais sensíveis para ocultação de patrimônio. Além disso, o substitutivo também alcança modalidades como cheques e boletos quando utilizados para operações que envolvam grandes quantias de dinheiro, criando camadas adicionais de controle.
Operações Abrangidas pela Regulamentação
Vedação total ao uso de dinheiro em espécie para compra e venda de imóveis
Limites a serem definidos pelo CMN para pagamentos em dinheiro
Controle sobre operações com grandes quantias utilizando esses instrumentos
Regulamentação de transferências em espécie acima dos limites estabelecidos
Justificativa e Defesa da Proposta
O relator, senador Oriovisto Guimarães, defendeu que a regulamentação técnica é a forma mais eficaz de reduzir riscos de lavagem de dinheiro. Para ele, o CMN possui capacidade para acompanhar o comportamento financeiro no país e estabelecer limites mais adequados do que uma fixação rígida definida diretamente em lei. O presidente da CCJ, senador Otto Alencar, também destacou que a medida está alinhada às boas práticas internacionais de prevenção a ilícitos financeiros.
Combate à Lavagem de Dinheiro
Rastreabilidade: Maior controle sobre operações financeiras de grande valor
Prevenção: Dificuldade para ocultação de patrimônio ilícito
Transparência: Fortalecimento dos mecanismos de fiscalização
Adequação internacional: Alinhamento com práticas globais de combate a crimes financeiros
A medida visa reduzir vulnerabilidades do sistema financeiro brasileiro
Tramitação e Próximos Passos
Após a aprovação, o projeto ainda passará por votação suplementar no próprio colegiado, conforme determina o regimento, antes de seguir para deliberação no Plenário do Senado. Caso avance, caberá ao CMN definir parâmetros operacionais, valores máximos e eventuais exceções aplicáveis às transações em espécie em todo o país.
- Votação suplementar na CCJ conforme regimento interno
- Deliberação no Plenário do Senado Federal
- Definição de parâmetros operacionais pelo CMN
- Estabelecimento de valores máximos para transações
- Regulamentação de eventuais exceções aplicáveis
Benefícios Esperados da Medida
- Modernização: Atualização do sistema de controle financeiro brasileiro
- Redução de vulnerabilidades: Menor exposição a operações de lavagem de dinheiro
- Rastreabilidade: Maior capacidade de rastrear operações econômicas
- Flexibilidade: Ajustes técnicos conforme mudanças no cenário econômico
- Combate à corrupção: Dificuldade para movimentação de recursos ilícitos
- Alinhamento internacional: Adequação às melhores práticas globais
Impactos para o Sistema Financeiro
A iniciativa é considerada relevante para modernizar o sistema de controle financeiro brasileiro, reduzindo vulnerabilidades associadas ao uso de grandes quantias em dinheiro e fortalecendo a rastreabilidade das operações econômicas.
Especialistas apontam que a medida pode ter impacto significativo na redução de crimes financeiros, especialmente aqueles relacionados à lavagem de dinheiro, corrupção e financiamento de atividades ilícitas. A possibilidade de ajustes técnicos pelo CMN garante que os limites possam ser adaptados às mudanças econômicas sem necessidade de nova tramitação legislativa.
Conclusão
A aprovação do projeto pela CCJ representa um passo importante na modernização do controle financeiro brasileiro e no combate a ilícitos econômicos. A delegação de competência ao CMN para definir limites técnicos garante flexibilidade e adequação às mudanças do cenário econômico.
Com a manutenção da vedação ao uso de dinheiro em espécie em transações imobiliárias e a extensão do controle a outras modalidades como cheques e boletos, a proposta busca criar um sistema mais robusto de prevenção à lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros, alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais.
Fonte: Senado Federal
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